Empresas de todos os segmentos poderão oferecer serviços financeiros, mas precisarão da melhor tecnologia para garantir usabilidade eficiente e proteção de dados.
Ter um sistema seguro, que proteja os dados pessoais dos clientes, é uma obrigação dos diferentes negócios que passarão a oferecer serviços financeiro.
“O open banking incentivará a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio que ofereçam aos clientes uma experiência fácil, ágil, segura e conveniente.” É assim que o Banco Central (BC) define o futuro da iniciativa que permite ao consumidor compartilhar seus dados bancários entre instituições, sejam elas bancos ou não.
É uma oportunidade para organizações de diferentes portes e segmentos oferecerem meios de pagamento e crédito. Comparadores de serviços e tarifas, apps de aconselhamento financeiro e pagamentos via mídias sociais também são soluções que o BC acredita que surgirão a partir do open banking.
Implementada em quatro fases até o fim deste ano, a iniciativa prevê que o compartilhamento só aconteça se o consumidor autorizar, por prazo e finalidade determinados. O cliente pode cancelar a autorização quando quiser.
De posse dos dados e históricos de clientes, empresas como supermercados, farmácias, revendedores de carros e lojas de vestuário podem trabalhar com score de crédito e oferecer taxas mais atraentes, por exemplo. Com esse aumento na competitividade no setor, o consumidor ganha maior poder de escolha na hora de fazer um empréstimo.
No entanto, os novos players vão entrar em um mercado já fortemente digitalizado. “O setor bancário há décadas é um dos líderes da inovação tecnológica no Brasil. Quem chega agora vai encontrar um consumidor exigente. Os aplicativos que levarão produtos aos clientes, por exemplo, precisarão oferecer eficiência e usabilidade iguais ou melhores que a que as dos bancos”, pontua Antônio João Filho, diretor executivo da Embratel.
“Empresas precisam preparar sua estrutura de TI para receber e tratar as informações com toda a segurança, já que o open banking se utiliza de APIs e código abertos para que outros desenvolvedores criem aplicações. Da mesma forma, o consumidor exigirá delas uma tecnologia robusta capaz de proteger dados pessoais”, completa Antônio.
Em vigor desde o ano passado, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) pune empresas que permitirem o vazamento de informações. As sanções, que inclusive passam a ser aplicadas agora em agosto, abrangem multas que podem chegar até 2% do faturamento da organização — limitadas a R$ 50 milhões.
Dados vazados ainda podem causar danos de imagem e a quebra de confiança na relação com o consumidor, dificilmente recuperáveis, ainda mais num mercado tão competitivo.