Falar em finanças provoca calafrios em muita gente, mas é impossível negar a importância desse assunto. Não importa se você possui uma empresa ou é um assalariado. Aprender a lidar com as finanças é uma condição para quem deseja sucesso na carreira e na gestão de negócios. Você certamente deseja alcançar a sonhada independência financeira, condição que lhe permite viver sem se preocupar tanto com as contas ou com o salário no fim do mês. No Brasil, porém, a imensa maioria das pessoas está muito distante desse sonho. De acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) divulgado em setembro de 2018, seis em cada dez famílias brasileiras estão endividadas. Por isso, neste texto, você vai descobrir como planejar suas finanças pessoais, com um passo a passo para ficar todos os meses no azul. No fim, ainda vai descobrir que o coaching financeiro pode ser a melhor saída para quem deseja assumir as rédeas dos seus recursos.
Qual é o Significado de Finanças?
O termo finanças vem do francês finance e está relacionado à ciência da gestão do dinheiro.
No mundo contemporâneo, as finanças são entendidas como um conjunto de relações econômicas necessário para atingir objetivos que dependem de dinheiro para serem alcançados.
Na linguagem do dia a dia, as finanças são entendidas como o estudo da circulação do dinheiro entre as pessoas, as empresas ou os entes públicos.
Em termos simplificados, as finanças são um ramo da economia que se dedica a avaliar como são obtidos e geridos os recursos financeiros.
Quando alguém se dedica às finanças, entende-se que essa pessoa vai se dedicar ao estudo dos gastos financeiros e da gestão dos recursos, desde as fontes de renda até os investimentos.
Agora, vamos nos aprofundar em alguns termos mais específicos.
Finanças Comportamentais
Em seu livro Finanças comportamentais (editora Actual, 2012), o autor Júlio Fernando Lobão pontua que as “finanças comportamentais propõem uma visão mais realista das decisões tomadas pelos investidores e outros agentes econômicos”. Ele explica que, “em vez de adotar uma visão idealizada da realidade, própria das finanças tradicionais, procura-se estudar o como e o porquê dos agentes econômicos se comportarem da forma como efetivamente o fazem”. Esse tipo de conhecimento é essencial para entender as raízes por trás de problemas financeiros como o consumo excessivo, o descontrole entre receitas e despesas, a falta de dinheiro ou o endividamento constante. Mais do que entender os números que evidenciam esses problemas, o estudo das finanças comportamentais busca entender o tipo de ações que gera esses problemas.
Finanças Experimentais
O ramo das finanças experimentais é uma ciência da teoria financeira que procura estabelecer condições de mercado e de ambiente que sejam experimentais e proporcionem um cenário que possa ser analisado cientificamente. Essa área é estudado por quem se dedica às finanças com interesse acadêmico. Com essa análise experimental, é possível medir o comportamento de variáveis como os agentes envolvidos nas transações financeiras e os mecanismos de estabelecimento de preços. Os pesquisadores de finanças experimentais fazem simulações de negócio ou criam situações de mercado artificiais para medir os resultados e captar informações que possam ser utilizadas no aprofundamento desse campo de conhecimento. Assim, podem produzir conhecimento importante não apenas para compreender fenômenos de consumo e gasto, mas também para oferecer respostas que facilitem a gestão dos recursos por empresas e pessoas.
Finanças Empresariais e Corporativas
As finanças empresariais, como o próprio nome diz, estão relacionadas à atuação das empresas. Elas estudam as decisões financeiras de uma empresa, o que abrange praticamente todas as áreas da corporação. Esse conceito pode ser aplicado a qualquer tipo de organização, seja ela pública, privada, pequena, média ou grande. O principal objetivo é entender como maximizar o valor de uma empresa. Ao estudar as finanças empresariais, é possível tomar decisões mais assertivas sobre investimentos e financiamentos, por exemplo. Quem estuda as finanças empresariais tenta descobrir, em última análise, como as empresas devem agir para minimizar as despesas e maximizar as receitas, porque isso torna a empresa mais saudável financeiramente, garantindo sustentabilidade. Caso o empresário deseje investir para tornar a empresa maior e com mais participação de mercado, por exemplo, o especialista em finanças corporativas deve analisar como a empresa deve adquirir os recursos, seja por meio de ações, capital próprio, empréstimo bancário ou financiamento. De forma resumida, quem estuda as finanças corporativas precisa estar preparado para dar resposta para os principais dilemas das corporações, seja no alocamento de recursos, captação de financiamento, condições de investimento e distribuição dos lucros. É um ramo bastante complexo do estudo das finanças, já que envolve uma porção de especificidades, como legislação empresarial, tipos de sociedades, normas de mercado, e condições bancárias, entre outros detalhes.
Finanças Pessoais
Em contraponto às finanças empresariais, que estão focadas no mundo corporativo, surgem as finanças pessoais, que dizem respeito ao comportamento das pessoas com o dinheiro de cada mês. Quem estuda as finanças pessoais busca entender todas as características de uma pessoa ou de uma família, para descobrir a melhor maneira de planejar as finanças e promover uma vida financeira saudável. A exemplo das finanças empresariais, o objetivo das finanças pessoais é maximizar o patrimônio de uma família ou de uma pessoa. Só que é preciso considerar, nessa equação, todas as especificidades dessa família ou pessoa. Quantas pessoas vivem na casa ou estão relacionadas ao orçamento familiar, como a família utiliza os recursos financeiros, como a família define prioridades e o que a família deseja no curto, médio e longo prazo são algumas das questões que precisam ser respondidas para avançar no estudo. É preciso fazer um Raio-X completo da situação financeira da família e sentar com os seus integrantes para entender suas prioridades antes de, finalmente, tomar qualquer tipo de decisão a respeito das finanças pessoais. Seja qual for essa decisão, o objetivo será maximizar os rendimentos e reduzir as despesas, por meio da definição de prioridades. Em seu livro Tudo sobre finanças (editora Nobel, 2002), o autor Tim Hindle explica que “em finanças tudo começa com poupança, ou seja, com a decisão de alguém consumir menos agora para poder consumir mais posteriormente”. Assimilando essa realidade, será possível poupar de forma consistente para alcançar a independência financeira e garantir uma vida financeira saudável para a pessoa ou a família.
Como Planejar suas Finanças Pessoais?
Agora que você já entendeu a parte teórica das finanças, chegou a hora de partir para a prática. Como resolver e planejar as suas finanças pessoais? Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, não é preciso ser especialista em economia para colocar as contas em dia. Em seu livro Finanças da família – O caminho para a independência financeira (editora ProfitBooks, 2007), o autor Masakazu Hoji é claro: “Obter sucesso no mundo de finanças e de investimentos não exige conhecimentos técnicos profundos em matemática ou estatística, e sim uma boa dose de disciplina financeira”. Hoji sustenta a ideia de que qualquer pessoa, com qualquer renda, pode ser um milionário no futuro, com base no funcionamento dos juros compostos e no ato de poupar. Alguns podem levar mais tempo, outros menos, mas todos conseguem chegar lá, desde que sejam consistentes, argumenta Hoji. Mas você só conseguirá encontrar esse dinheiro para poupar se estiver com as finanças organizadas. Elaboramos um passo a passo para facilitar a sua vida.
1. Mapeie suas receitas e despesas
Essa etapa pode parecer óbvia, mas, na prática, muitos brasileiros não têm controle e desconhecem boa parte da própria vida financeira. Em pesquisa divulgada em outubro de 2018, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelaram que 33% dos consumidores que usaram o cartão de crédito no mês anterior desconhece o valor da fatura. Faça um levantamento de todas as suas receitas e de todas as despesas, dividindo os gastos em variáveis (como lazer, alimentação e transporte) e fixos (como aluguel, condomínio, água, energia elétrica, etc). Ao fim da etapa de mapeamento, você saberá quanto recebe todos os meses e quanto gasta com despesas fixas, que se repetem todos os meses, e com despesas variáveis, que mudam de acordo com o seu consumo.
2. Planeje suas ações
Com o mapeamento que você realizou na primeira etapa, saberá quanto dinheiro está faltando no final do mês para quitar todas as duas dívidas. Ou, se a sua situação financeira está mais confortável, saberá quanto dinheiro está sobrando no final do mês, depois que todas as contas já foram pagas. Agora, você precisa traçar um plano de ação, com base no objetivo que deseja alcançar. Vamos supor, por exemplo, que o seu objetivo seja a independência financeira. Defina um percentual do total dos seus rendimentos para investir todos os meses, como 10%, 15% ou 20%. Estabeleça que, todos os meses, na primeira semana, você fará uma transferência para a poupança ou um depósito na aplicação financeira desejada, seja em renda fixa, renda variável ou qualquer outra. Para que esse dinheiro sobre todos os meses, talvez seja necessário rever alguns gastos. Nessa hora, você precisa definir prioridades para entender o que é possível renegociar e o que você pode cortar. Com pequenos ajustes, como comer mais em casa e jantar menos fora de casa, por exemplo, você consegue diferenças significativas. Com esse plano de ação traçado, você já tem a meta, já sabe o que é preciso fazer e o quanto vai investir todos os meses.
3. Coloque o plano em ação
O primeiro passo é conversar com o gerente do seu banco e analisar as opções de investimento disponíveis. Nesse momento, é necessário entender qual o seu perfil de investidor. Talvez você seja muito conservador e prefira investimentos em renda fixa. Ou talvez você seja muito agressivo e priorize opções em renda variável, em que os riscos são maiores e o potencial de lucro, também. Com base nessas informações, o gerente do seu banco vai oferecer as opções de investimento que melhor se adaptam ao seu perfil. Mas não deixe de consultar corretoras de investimento antes de tomar a sua decisão final. Feito isso, é hora de colocar os cortes que você planejou em prática e começar a investir dentro da sua realidade, para atingir a tão sonhada independência financeira.
4. Mantenha o foco e o comprometimento
De nada adianta fazer o mapeamento, estabelecer um plano de ação e colocá-lo em prática se você não for consistente e não mantiver o foco. O segredo para o sucesso nas finanças passa pela sua capacidade de seguir o que foi planejado de forma reiterada. Haverá meses em que despesas extras surgirão e ficará difícil manter o investimento determinado por você na segunda etapa. Mesmo assim, você precisará manejar as finanças para cumprir o acordo e manter o crescimento do seu patrimônio de forma sustentável. Com a meta na sua mente, fica mais fácil manter o foco e o comprometimento. Lembre-se que os sacrifícios de hoje serão transformados em recompensa no futuro. Esse comprometimento só depende de você.
Coaching Financeiro e Finanças
O coaching é uma metodologia que busca o aprimoramento do desempenho de uma pessoa ou um grupo de pessoas, a fim de aproveitar todo o seu potencial. Com origem no esporte, esse processo usa ferramentas e técnicas cientificamente comprovadas para potencializar o desempenho, alavancando os resultados da pessoa ou do grupo de pessoas que contrata esse serviço. O coaching financeiro é uma espécie de consultor financeiro cuja atuação foi ampliada. Esse profissional tem experiência e habilidades comprovadas para entender os seus clientes e desvendar a sua situação financeira. Mais do que dar dicas para o cliente atingir o seu objetivo, ele vai ajudar a montar essa estratégia, com base na personalidade do cliente, e vai encontrar o propósito que rege essas ações. Além disso, o coaching financeiro ajuda a definir prioridades, oferece apoio para encontrar novas fontes de renda, mostra as consequências de não controlar as finanças, encontra soluções eficazes para quem possui dívidas em excesso e monta um planejamento financeiro que atenda as expectativas do cliente. Assim, atuando no comportamento, e não no sintoma, ele é capaz de reorganizar as finanças e cortar o mal pela raiz, evitando que a situação saia do controle novamente.
Quando Contratar um Coach Financeiro?
Para quem não está acostumado a controlar as próprias finanças e passou a encarar essa área apenas agora, pode ser extremamente difícil tomar as ações necessárias para conquistar a independência financeira. Poupar significa cortar gastos, definir prioridades, entender o contexto, fazer sacrifícios. Se você não souber por que está fazendo isso, como agir e o que vai ganhar com essas atitudes, não conseguirá ser consistente e acabará apenas adiando o problema. É nesse momento de desespero e de sentimento de impotência que o coaching financeiro pode implementar seus principais benefícios. Como já explicamos, o coaching age diretamente no comportamento, e não nos sintomas, cortando o mal pela raiz. Dessa maneira, ele consegue frear as ações de autossabotagem, comuns em famílias que não conseguem controlar as próprias finanças. É claro que você não precisa esperar a situação virar um caos para contratar um coaching financeiro, mas é nesse momento que a maioria das pessoas reconhece o valor desse profissional e mostra disposição para a mudança. Agora, quanto antes você contratar o coaching financeiro, melhor, porque o estrago tende a ser menor e as soluções mais rápidas. É a mesma lógica de quem descobre uma doença: agir diante dos primeiros sintomas é muito melhor e oferece muito mais chances de cura do que esperar para ver se a doença desaparece por si mesma. Portanto, fique atento e considere contratar um coach financeiro quando você percebe que não consegue organizar as suas contas. Outra situação em que esse auxílio é recomendado ocorre quando você tem um sonho que demanda uma alta quantidade de dinheiro e não sabe como alcançar essa meta. Todas essa situações são um prato cheio para o profissional do coach especializado em finanças, porque ele terá as ferramentas, os recursos e as técnicas necessárias para ajudá-lo a alcançar os seus objetivos.
Benefícios do Coaching Financeiro
Os benefícios do coaching financeiro são vários, como você já deve ter notado ao longo da leitura desse artigo. De qualquer forma, vale a pena colocar essas vantagens em perspectiva e citá-las nominalmente.
Diagnóstico completo da situação financeira
Compreensão das razões de sua dificuldade de controlar as contas
Descoberta de alternativas para reforçar rendimentos
Identificação das atitudes que o levarão para mais perto dos seus objetivos financeiros
Acompanhamento do coach para a manutenção dos resultados no longo prazo.
No fim das contas, vale a pena: ter uma vida financeira saudável o torna independente, amplia suas possibilidades, traz conforto e pode impactar na sua felicidade. Nesse ponto, o autor Masakazu Hoji é bastante assertivo: “A felicidade não está vinculada ao tamanho da conta bancária, mas é melhor ter uma situação financeira confortável do que não a ter”. Concorda?
Como se Tornar um Coach Financeiro?
Para aproveitar todas as ferramentas do coaching, vale a pena considerar a opção de cursar você mesmo um treinamento na área. Essa alternativa é interessante para que você enfrente seus desafios financeiros e ainda tenha condições de orientar familiares, amigos e colegas. Além disso, pode ser uma fonte de renda extra ou até um novo rumo na carreira. Para ser um coach financeiro, o primeiro passo é internalizar essa vontade e entender os motivos por trás dessa intenção. Em seguida, você precisa buscar cursos de especialização com agentes certificados e reconhecimento no mercado, para que tome conhecimento de todas as ferramentas e técnicas de um coach profissional. Como já explicamos, o coach financeiro é mais do que apenas um consultor. Por isso, é necessário estudar e dedicar tempo e dinheiro a cursos para poder desempenhar essa profissão. Com treinamento e dedicação, você consegue se transformar em um coach financeiro capaz de transformar vidas.
Conclusão
Se você chegou até o fim deste texto, é porque está realmente motivado a conhecer mais sobre finanças e transformar a sua vida financeira.
Essa é uma grande notícia, porque apenas o reconhecimento dessa necessidade é capaz de provocar ações que sejam duradouras.
Esperamos que a leitura tenha sido produtiva e que, agora, você saiba explicar o que significam as finanças e tenha ótimas referências para fazer um planejamento das suas contas, na sua vida pessoal ou na sua empresa.
Como vimos, assumir o controle da sua vida financeira e tomar as decisões que lhe garantirão maior independência são decisões que só dependem de você.
Uma última dica: é melhor começar logo, mas manter a paciência e a perspectiva de longo prazo.
Apenas o planejamento e o foco garantirão a consistência necessária para ser bem-sucedido financeiramente.